terça-feira, 2 de novembro de 2010

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O Dia dos Finados

  O dia daqueles que nos deixaram, choramos sua ida e visitamos suas lapides frias, não sabemos o porquê, mas talvez seja uma forma de estar perto fisicamente, perto das ossadas, então ficamos tristes e nos sentimos sozinhos.
  Não agüentamos mais este dia, queremos voltar no tempo ou simplesmente esquecer, com isso engolimos a dor e pensamos o que mudaria se aquela pessoa que nós amávamos estivesse conosco.
“Meu Deus, porque esta dor não passa”.
Calígula Scipo
2 de novembro de 2010

domingo, 31 de outubro de 2010

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Novo líder, mesma certeza

  O nosso mundo será decidido em um apertar de botões de milhões de pessoas. Não importa o caminho, você estará escolhendo apenas o novo líder do inferno, nossa cassa continuarão sendo invadidas, continuaremos sendo enganados, ridicularizados e castrados.
  Ouçam aquilo que vocês querem ouvir, não haverá escapatória para o desastre, escolheremos entre o assassino e o mentiroso, nosso povo permanecera inerte para sempre. Sugam nossas almas e aquilo tudo que lutamos a vida inteira para conquistar. Tolos são aqueles que pensam que o seu novo líder será melhor ou pior que o ultimo, pois eles são todos iguais como o nosso Diabo Pessoal.

Calígula Scipio
13 de outubro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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Aqueles eram os dias de nossas vidas- Queen



O tempo passa, os dias ficam mais difíceis e cansativos, tentamos correr atrás do tempo perdido, é tarde demais. Lembramos do que passou das pessoas que passaram por nossas vidas e agora não existe mais nada, éramos felizes e não sabíamos, a solidão nos persegue dia e noite... Mas nunca estamos realmente sozinhos.

Calígula Scipio
25 de Outubro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

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Inferno Pessoal

  Sentado na escada do inferno espero a razão do meu ser, o que é isto? O inferno de fogo ou o inferno gelado? Não consigo entendê-lo, ele não possui nada, não possui demônios, nem vento, nem gritos de dor, nem aromas e torturas. Ele é vazio, disforme, negro diferencia-se apenas por sua profundidade, mas como vou conseguir caracterizá-lo se não posso vê-lo, isto está me matando. Quero acordar ou simplesmente entender que aquilo que vejo é apenas um pesadelo, pois o inferno não existe, é apenas fruto do medo que nos foi imposto por séculos, inferno é a nossa mente e mundo. Por isso não o compreendo, será que neste mundo alguém compreende seus próprios infernos?
Calígula Scipio
24 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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Apocalipse Now

  A paz esta ameaçada, a guerra se aproxima aos poucos de nossos lares, ela é a guerra urbana, a guerra entre classes, é a polaridade do mundo. Veremos as religiões combaterem até que seus sarcedotes e fiéis sejam pilhas de corpos mutilados a céu aberto.
  Ouçam as trombetas dos arcanjos, o apocalipse este próximo, os justos e os gananciosos terão o mesmo fim. Corra para dentro de casa pequena criança, antes que aquilo que você conhece seja feito em cinzas.
  Esta é a nossa ruína, nossos lares estão prestes a serem invadidos pelo fogo infernal, os grandes continuarão em seus tronos dourados enquanto os pobres plebeus são torturados pelo combate e pela morte. Ouçam o chamado, ouçam a verdade, se querem paz preparem-se para sobreviver ao terror.
Calígula Scipio
20 de outubro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

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Peso Mental.

  Minha consciência pesa, eu falhei minha  e não consigo mais pensar, não vou conseguir recuperar o tempo perdido, um objetivo foi perdido e nunca mais irá retornar. Sabe daquelas coisas que ocorrem apenas uma vez na vida? Bem uma desta eu perdi, não recuperarei jamais, ela estava tão próxima, mas não consegui apanhá-la. Ela esta distante e se afastando, poderia ser lentamente, contudo ela  vai se move rápida uma bala e atinge nossa cabeça e espalhando nosso cérebro e nossa vida.
  Primeiro foi a euforia, depois a excitação, a calma, o desejo tranqüilo e por último o baque. Não consigo imaginar como eu não consegui fazer aquilo, questão de poucas horas. Lembro-me que horas são sempre muito distantes entre si, elas decidem uma batalha, uma chacina, decidem o tudo.
  Não consegui acompanhar o tempo, agora choro com os pulsos cortados e as pupilas dilatadas, mas não sou um suicida, a figuração é sempre incrível e ela modifica nosso pensamento. O tempo passa e as ideias ponhem-se em seus lugares, então o fracasso se torna mais dolorido, porque ele estava próximo.
Calígula Scipio
17 de Outubro de 2010.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

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Álcool e Sangue

 Reconciliação não existe, apenas é um impulso. Tento me desculpar, mas acho isso ridículo e tento me virar de todas as formas. Estou trabalhando, comprei um carro, uma garrafa de vodka e uma arma. Estou pensando em largar o emprego, dirigir em alta velocidade com a vodka descendo pela garganta e por ultimo explodir minha cabeça. Isso é idiotice, isso não vai ajudar nem a mim nem a ninguém, vai ser apenas uma forma de ser esquecido no tempo.
 São três horas da madrugada, estou com insônia e não adianta eu fazer nada para dormir, já tomei vários comprimidos, desde anestésicos até remédios para alergias, nada adianta, agora estou pensando em tomar aquela garrafa de vodka, mas talvez os comprimidos me façam ter uma parada respiratória por causa do álcool.
 Já é meio dia, finalmente eu consegui dormir, agora vou pegar minhas chaves do carro e ir até a praia treinar minha pontaria com minha arma, minha mira esta melhorando e estou conseguindo acertar uma lata de refrigerante. Sai daquele lugar deserto depois de gastar uma caixa de balas, estou voltando para casa, mas gostaria de ficar nas ruas, beber em um bar e dormir em uma praça, mas isso é idiotice.
 São sete horas da noite, no dia seguinte irei começar a trabalhar, minha licença expira e estou inconformado, não sei por que ainda continuo, acho que não sei fazer outra coisa. Minhas mãos estão firmes, consigo dormir perfeitamente e não tenho mais a garrafa de vodka.  Tenho ainda medo e receio, mas estou me acostumando, minha profissão é difícil e cruel, mas faz algo pela sociedade, mas isso é apenas um ponto de vista. Mas ainda não sei se quero viver e voltar para casa ou morrer no asfalto, trabalhando.
Calígula Scipio
20 de setembro de 2010

sábado, 18 de setembro de 2010

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Lamina

  Lamina, tira meu sofrimento momentâneo, corte minha pele e libere o sangue que corre pelo meu corpo. Enxugo minhas lagrimas com minha roupa rasgada, faça-me esquecer tudo com este cheiro de ferrugem, me faça-me esquecer das pessoas cruéis, do mundo em minha volta, me leve para o paraíso... Se existir...
  Agora que minha dor está passando estou vendo as marcas, estou vendo o trabalho feito, não estou sentindo prazer nem sofrimento, na verdade não sinto nada. Apenas um vazio escuro, os rostos parecem que estão novamente ganhando importância, aqueles idiotas. Não estamos sozinhos, na verdade seria melhor se estivéssemos.
Calígula Scipio
18 de setembro de 2010

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Eu sou a Carne

  Sou o verme que rasteja entre os túmulos esperando para comer a carne decomposta dos cadáveres. Sou aquele que veio das sombras da morte, retornou e disse tudo que sabia sobre os homens, como todos são fracos e ridículos. Eu sou o demônio que foi perseguido por séculos, o bruxo que queimou no fogo da santidade, o cientista torturado pelo conhecimento.                                                                                             
   Sou o civil assassinado por se rebelar, sou o rebelde sem causa, o guerrilheiro que luta por ideais próprios, o mercenário sem pátria. Sou o boêmio que de tantos copos e sexo morreu em desgraça, miserável e sozinho. Sou o ser humano em suas  piores e melhores formas, aquele que o sistema odeia, que a sociedade rejeita, sou a humanidade com sua verdadeira face.
Calígula Scipio
18 de Setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

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Sombras.

As almas dos mortos são suas túnicas.
Elas varrem seu caminho, antes e depois
A brisa da cova é sua fragrância.
Ela anuncia sua vinda. 

A hora antes da aurora de seu tempo.
Ele aproxima-se agora.
Ele esta diante de nós.

O céu noturno é sua garganta escancarada.
Ele vem do oeste para o leste.
Ele nos chama até sua mesa
E os ossos que ali comemos são os nossos.

Constantine “HellBlazer”

sábado, 11 de setembro de 2010

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Sangue e Sangue

  A noite cai, o sangue correm pelas montanhas geladas, os corvos se aproximas em uma velocidade surpreendente para devorar os corpos estendidos pelo chão coberto de gelo. Os gritos ecoam pala madrugada enquanto milhares de passos rápidos são ouvidos atrás da montanha e um grito ensurdecedor de milhares de homens armados. Eles sabem que vão morrer, eles sabem que vão matar seus sentimentos já não existem mais e a ultima coisa que se lembram foi de deixar suas mulheres e seus filhos em casa enquanto eles fazem seus trabalhos sangrentos.


  O sol nasce e suas respirações são pesadas, eles se preparam para usar seus braços o máximo possível, ver o sangue jorrar em seus rostos cicatrizados. Os mais jovens vão à frente, alguns ainda choram por não verem suas mães e os veteranos verificam suas armaduras e espadas, ele não sentem falta por ninguém e também não tem amigos, pois eles iriam ficar desestabilizados por verem seus amigos novos sendo despedaçados e gritando: “Mãe, mãe...”

  O combate começa, os corações aceleram para bombear mais sangue e levar mais oxigênio as suas células e músculos, e a testosterona aumenta ao longo do caminho ao inimigo. O primeiro contato com a infantaria adversária parece demorar e o tempo desacelera, a física não tem mais sentido, nada tem sentido, a razão não é necessária naquele momento, apenas o instinto de sobrevivência e o sadismo misturado à violência. Eles vão morrer e quase nenhum voltará para casa.



Calígula Scipio

Onze de Setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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O Cérebro

  Nosso cérebro produz imagens, sons, sentimentos e alucinações. O coração foi por séculos e continua sendo colocado como o centro de todo nosso espírito e corpo, mas ele não possui todas estas funções além de bombear sangue. Litros circulam por aquele órgão tão endeusado por escritores e filósofos, mas nenhum deles realmente conhecia a grandeza e complexidade de nosso corpo. Todo nosso corpo é interligado, ele não é feito apenas de coração e cérebro, mas sim de: rins, fígado, intestinos. Mesmo assim, todos os órgãos precisam do cérebro para real aproveitamento de suas capacidades biológicas.


  Aquele órgão dentro do nosso crânio que foi tão ignorado esta mostrando agora sua real importância, sabemos que se não fosse por ele não conseguiríamos ter filhos, expelir excrementos, fazer sexo e também o coração não conseguiria bombear sangue. Agora, como um órgão consegue ser tão misterioso para nós? O que ele ainda esconde de nós? O que poderíamos fazer com toda a sua real capacidade? Isso só o tempo nos dirá.



Calígula Scipio

Dez de Setembro de 2010

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Nossa Inutilidade

   A sensação de inutilidade nos atinge fortemente na cabeça, nos faz tremer, sentimos falta de ar, o coração dispara como se tivéssemos um infarto. Quando pensamos que fizemos algo corretamente a sombra do erro cai sobre nós, ela escurece nosso pensamento. Discutimos com nossos pensamentos para fazer da melhor forma possível, mas não adianta, somos inúteis por natureza, cometemos falhas e estas falhas ocorrem nos momentos mais importantes, nos momentos em que pessoas confiam em nós, não sabemos como contornar isso, apenas esquecer.


Calígula Scipio

Sete de Setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

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O Ontem, O Hoje e O Amanhã

Foi-se o tempo em que pessoas sentavam em suas calçadas, ver as pessoas passando, conversando, se divertindo. Foi-se o tempo em que podíamos sair de casa, ir comprar pão na Padaria do Seu Chico, ficar trinta minutos conversando sobre o tempo e sobre a final do Campeonato Brasileiro e antes de ir embora, a esposa do seu trazia alguns doces em calda para levarmos para casa. Passeávamos pelas ruas da cidade, sem rumo, até achar algum restaurante ou bar para ocupar-nos o tempo.


Hoje olho para trás, vejo que estamos presos em um mundo perigoso e letal, não consigo mais sentar em frente de minha casa, pois minha vizinha foi atropelada por um bêbado sem controle do carro, quando vou à padaria do seu Chico, não mais o encontro e apenas converso com sua viúva, quando vem ao meu encontro chora, pois seu marido foi assaltado em sua padaria, quando ele iria entregar o dinheiro foi morto a tiros. Não passeamos mais pelas ruas, pois podemos ser abordados e esfaqueados em cada esquina, como aquelas pessoas que queriam se divertir.

Chego a minha casa com medo, amanhã é um novo dia, sei que não vou conseguir sair de casa com segurança, estou assustado demais para pensar como tudo isso ocorreu, nossos avanços tecnológicos que deviam nos deixar mais alegre, facilitar nossas vidas, apenas estão nos deixando mais depressivos, o mundo globalizado e a sociedade não estão evoluindo, mas sim regredindo para o caos e para o fogo.





Calígula Scipio

Seis de Setembro de 2010

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Verdade Cruel e Comoda

Destruiremos uns aos outros em massacres impensados, enriqueceremos na imensidão dos séculos cruéis, mortais e sanguinários. Ungiremos nossas cabeças com o sangue de crianças, mulheres e velhos, em cidades brilhando com o fogo. Fizemos isso por anos e nunca cansávamos. Morremos fazendo isso por todas as nossas miseráveis vidas, até os dias de hoje, na mesma luta incansável pelo poder, controlamos a alma dos humilhados e torturados. Negros, cartagineses, bárbaros, árabes, judeus e até romanos e gregos.


Todos os povos conhecidos até hoje já foram torturados, desde os primórdios da humanidade. Primeiro com desejo de controlar comida, evoluímos por territórios, rios, depois por metais, escravos e com isso buscamos armas que pudessem pulverizar nossos inimigos facilmente, em um piscar de olhos.

Fascinamo-nos com isso, buscamos fotos de mortos, ferimentos de combate, de veículos destruídos e prédios em chamas. Adoramos ver fotos de vilas incendiadas, pessoas aleijadas e usamo-las como slogans para campanhas contra a guerra e meios de opressão. Mas quem tirou estas fotos nunca quis fazer algo, nem se sensibilizou, apenas cobriu o nariz para não vomitar enquanto sentia o cheiro das pessoas apodrecendo nas ruas.

Lendo isso novamente me pareceu cruel, triste, doentio, insensível. Ainda penso em apagar-lo, mas ele parece mostrar o quanto isso se tornou comum para nos, vendo filmes de guerra, noticiários sobre os Estados Unidos invadindo outros países ou então pior ainda vendo balas perdidas atingindo civis na nossa Pátria Amada. Isso é tão normal, chegou a um ponto que não nos importamos mais, estamos nos entristecendo e tornando-nos vulgares e infelizes, esperando o dia em que alguém nos acerta um tiro na saída da nossa casa, para nos roubar dois reais, isso é uma pena.

Calígula Scipio

1º Setembro de 2010